O padrão climático típico da zona tropical, destacada em vermelho no mapa acima, está avançando para latitudes mais altas do planeta (foto: Wikimedia Commons).
O mundo está ficando mais tropical. O padrão de chuvas e temperatura típico das regiões situadas entre os trópicos está se estendendo a uma região cada vez maior. Dados reunidos por um estudo norte-americano indicam que a extensão do cinturão tropical já avançou pelo menos dois graus de latitude rumo aos pólos nas últimas três décadas – mais do que os climatologistas previam para todo o século 21. O fenômeno vem se juntar a outros sinais inequívocos do aquecimento global, como o aumento da temperatura do ar e dos oceanos, a elevação do nível do mar e o derretimento das calotas polares.
"A expansão observada dos trópicos é muito maior do que previam os modelos do clima global", explica à CH On-line o climatologista Qiang Fu, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. "As mudanças climáticas decorrentes da ação humana podem ser muito mais sérias do que se imaginava", completa Fu, um dos autores do estudo publicado esta semana na Nature Geoscience.
O padrão climático típico da zona tropical, destacada em vermelho no mapa acima, está avançando para latitudes mais altas do planeta (foto: Wikimedia Commons). Os Trópicos de Câncer e Capricórnio são delimitados geograficamente pelos paralelos situados a 23,5 graus ao norte e sul da linha do Equador, respectivamente. Já a climatologia define o cinturão tropical como a região com um clima caracterizado por temperaturas altas e chuvas constantes, diferentemente do padrão climático subtropical, encontrado em regiões de latitude superior e marcado por uma maior variação de temperatura e clima mais seco.
No entanto, esse padrão de chuvas e temperaturas característico tem ultrapassado o limite geográfico dos trópicos e atingido regiões subtropicais. O alerta foi lançado pela equipe de Dian Seidel, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês). O grupo avaliou estudos anteriores que mediram, com diferentes métodos e parâmetros, as variações no cinturão tropical entre 1979 e 2005. Em comum, todos esses estudos apontaram um aumento do cinturão, em extensão variável – a expansão medida nos diferentes trabalhos foi de 2º a 8º.
Impactos imprevisíveis
O aumento do cinturão tropical surpreendeu os cientistas. "Ainda não temos uma explicação para a expansão observada dos trópicos baseada nos modelos e teorias atuais sobre o clima", reconhece Qiang Fu. Os cientistas tampouco sabem dizer ao certo quais serão as conseqüências da extensão do cinturão tropical. Uma coisa é certa: a mudança nos regimes de precipitação e circulação de ventos provocadas pela expansão dos trópicos do planeta vai certamente afetar os ecossistemas naturais, a agricultura e a disponibilidade de recursos hídricos.
Um dos possíveis impactos é o avanço em direção aos pólos das regiões de clima subtropical seco. Segundo os autores, isso poderia afetar a região do Mediterrâneo, o México e sul dos Estados Unidos, o sul da Austrália e partes do continente africano e da América Latina. “É provável que uma expansão dos trópicos rumo aos pólos traga condições ainda mais secas a essas regiões de grande concentração populacional”, advertem os autores no artigo.
Fonte:http://cienciahoje.uol.com.br/107285
O mundo está ficando mais tropical. O padrão de chuvas e temperatura típico das regiões situadas entre os trópicos está se estendendo a uma região cada vez maior. Dados reunidos por um estudo norte-americano indicam que a extensão do cinturão tropical já avançou pelo menos dois graus de latitude rumo aos pólos nas últimas três décadas – mais do que os climatologistas previam para todo o século 21. O fenômeno vem se juntar a outros sinais inequívocos do aquecimento global, como o aumento da temperatura do ar e dos oceanos, a elevação do nível do mar e o derretimento das calotas polares.
"A expansão observada dos trópicos é muito maior do que previam os modelos do clima global", explica à CH On-line o climatologista Qiang Fu, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. "As mudanças climáticas decorrentes da ação humana podem ser muito mais sérias do que se imaginava", completa Fu, um dos autores do estudo publicado esta semana na Nature Geoscience.
O padrão climático típico da zona tropical, destacada em vermelho no mapa acima, está avançando para latitudes mais altas do planeta (foto: Wikimedia Commons). Os Trópicos de Câncer e Capricórnio são delimitados geograficamente pelos paralelos situados a 23,5 graus ao norte e sul da linha do Equador, respectivamente. Já a climatologia define o cinturão tropical como a região com um clima caracterizado por temperaturas altas e chuvas constantes, diferentemente do padrão climático subtropical, encontrado em regiões de latitude superior e marcado por uma maior variação de temperatura e clima mais seco.
No entanto, esse padrão de chuvas e temperaturas característico tem ultrapassado o limite geográfico dos trópicos e atingido regiões subtropicais. O alerta foi lançado pela equipe de Dian Seidel, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês). O grupo avaliou estudos anteriores que mediram, com diferentes métodos e parâmetros, as variações no cinturão tropical entre 1979 e 2005. Em comum, todos esses estudos apontaram um aumento do cinturão, em extensão variável – a expansão medida nos diferentes trabalhos foi de 2º a 8º.
Impactos imprevisíveis
O aumento do cinturão tropical surpreendeu os cientistas. "Ainda não temos uma explicação para a expansão observada dos trópicos baseada nos modelos e teorias atuais sobre o clima", reconhece Qiang Fu. Os cientistas tampouco sabem dizer ao certo quais serão as conseqüências da extensão do cinturão tropical. Uma coisa é certa: a mudança nos regimes de precipitação e circulação de ventos provocadas pela expansão dos trópicos do planeta vai certamente afetar os ecossistemas naturais, a agricultura e a disponibilidade de recursos hídricos.
Um dos possíveis impactos é o avanço em direção aos pólos das regiões de clima subtropical seco. Segundo os autores, isso poderia afetar a região do Mediterrâneo, o México e sul dos Estados Unidos, o sul da Austrália e partes do continente africano e da América Latina. “É provável que uma expansão dos trópicos rumo aos pólos traga condições ainda mais secas a essas regiões de grande concentração populacional”, advertem os autores no artigo.
Fonte:http://cienciahoje.uol.com.br/107285
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